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Archive for abril \22\+00:00 2009

vestidoTEMA DESENVOLVIDO- O TRAJE E O OBJETO NA TRADICAO POPULAR PORTUGUESA

TÍTULO- VESTIDOS PARA A MORTE (corpo e vestido)

OS OBJETOS REPRESENTAM A PRESENÇA E TAMBÉM A AUSÊNCIA. A PERDA OU A DESTRUIÇÃO PODEM CONFERIR AS COISAS NOVAS DIMENSÕES AFETIVAS QUANDO A IMAGEM DO OBJETO TRANSFORMA-SE PELA SUA FALTA

“O CORACAO DO LUGAR , DEPOIMENTOS PARA GUIMARAES ROSA. CORDISBURGO, 2006, LILIA DARDOT E MARCIA ALMADA”

O seguinte trabalho de investigação acerca do objeto e do traje na tradição popular portuguesa teve início no ano de 2008 na Cia de teatro de Marionetes Criadores de Imagens , Lisboa, Portugal, sob a orientação de José Carlos Barros Cenógrafo, ator-manipulador e coordenador. A memória portuguesa está presente em nossa tradição cultural.

Optamos pela escolha do romance popular português : O Conde da Alemanha, por ser um dos muitos romances populares em que o traje tem uma grande importância narrativa na trama. A proposta de trabalho para oficina: Poética da Destruição consiste na confecção de uma máscara de corpo inteiro (vestido-máscara) . Detemo-nos na dinâmica entre descobrir/vestir, revelar/encobrir proposta no texto. Cortejando o universo do contador de historias e do teatro de animação. O vestido- máscara composto por aplicações artesanais costuradas a mão desdobra-se em figurino que caracteriza a presença feminina e masculina. Os adereços agregados ao traje trazem em cores , formas e texturas informações- personagens em um cordel de signos. O vestido-máscara, duplo do ator-contador narra o romance popular português : Conde da Alemanha, a partir de Nós de Vozes, Acerca da tradição popular portuguesa por Ana Paula Guimarães, que dentre outras versões nos apresenta a de Jose Leite de Vasconcellos (edição esgotada)de grande qualidade literária. Ha também o objetivo de que o traje enquanto objeto seja capaz de contar a historia mesmo que em repouso como um poema impresso que pode ser vocalizado. Provocando no espectador, dentro de suas possibilidades ,o que Paul Zumthor chama de ato performático, ação que atinge seu grau Maximo de potencialidade na teatralização.

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“Cuando la luna salga
las poleas rodarán para turbar el cielo;
un límite de agujas cercará la memoria
y los ataúdes se llevarán a los que no trabajan.”

Federico Garcia Lorca

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As formigas comem minha memória
de açúcar e cacau
Meu mingau de araruta
Minha minuta pautada em mentiras
Minha face contra a luz semi-cerrada,
Semi-calculada para não mostrar rugas
Minha velhice tonta é consumida por formigas
Amigas do rigoroso tempo
Amigas do tempo
 

Soturnamente a memória vem
Solicitando aquele jardim que já não existe
A terra já não mais fabrica aquelas hortênsias
Os pássaros morreram com meus quinze anos
O suor de minha mão corroeu
meu anel de formatura
Tenho quarenta anos hoje
Pra mim memória é tortura
Menos-pausa
 

Desconstruindo a vida
destruo a vingança infinda
Destruir não é acabar
Pôr tudo abaixo
é fazer lixo
Onde, onde
onde colocar tanto entulho
Onde mora esse barulho?
No fundo infinito da água e do sal
na montanha perdida
na ferida aberta
no canal do dente
Sorrindo pra vida
desconstruo a vítima que sou
sem sucesso e sem dor
Aquarelas desbotam à luz
Desfazem meus argumentos
Constituo em formas desumanas
O novo abrigo da arte de tecer amores
O ar pesa nas sombras opostas
Difusamente invertidas nas respostas desiludidas
Que me trazem o Adeus
Cor de adeus
As coisas se perdem
nas fôrmas
nos fornos a gás
no cantinho do antigo móvel
As coisas se perdem
em caixas de música
em álbuns de fotos
nas gavetas entre convites e enxovais
As coisas se perdem
como as lembranças inúteis
os elogios falsos
a idade mentida
As coisas se perdem
sem sair do lugar
Sem coragem, não seguem rumo algum
São como o papel dobrado
que segura a mesa torta
o piso torto
a vida torta
a vida que sem as coisas perdidas
não se sustenta
escorre nas frestas do tempo.

 
Viver de lembranças?
Lembrar para quê?
Quero o que pulsa
O que está vivo
Não sou baú para viver de guardados
Vamos é sujar os guardanapos de linho engomados
com guloseimas de açúcar e mel
Vamos lá agora
sujar todas as taças, bebendo da vida o melhor sabor
Quero é dormir embriagada
sem pensar em nada
Deixo as lembranças pros sonhos, se lhes apetecer
Ao despertar estou presente e pronta.
Olho sorrindo pros guardanapos e taças
porque sei que objetos não tem lembrança
Estou feliz.
Vamos sujar as xícaras.

 
Joguei fora todos os meus pertences
antes que eu já não os pertença
antes que eu adoeça de apego
antes que eu só viva o fora de mim
Fico com o que me é mais caro
Minha saúde
Minha disposição ao sorriso
Meu livro de escrever poemas
Minha mente livre
(ausente de dor)
e, é claro,
meus lânguidos amanheceres
que duram até o por do sol.
O segredo não é saber viver.
O segredo é viver sem saber sabendo que se sabe
e estando totalmente presente
no instante do nada que compõe o tudo em mim

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Se a proposta é desconstruir e reconstruir através de uma crítica poética, o primeiro post já vem quebrando regras. Depois reconstruimos!


“Poéticas da destruição – Tradições/Tecidos”

Este núcleo propõe a pesquisa d o tema destruição como elemento poético, a partir de uma relação com tecidos, em diferentes formas. Da prática à Teoria, de forma livre, experimentaremos a relação com a história e a memória dos tecidos pela criação. As ações levando à Produção artística e à Posterior reflexão, utilizando a instrumentalização teórica e histórica a medida que for necessária no processo.

Ministrantes:
Renato Bolelli Rebouças, diretor de arte do grupo XIX de teatro

Kabila Aruanda, figurinista e babalorixá

Gisele Peixe, museóloga e pesquisadora

a orientação destes profissionais auxiliar o trânsito entre teoria, pesquisa e criação.

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